A Nasa, a agência espacial norte-americana, informou nesta terça-feira (9) que os quatro astronautas da missão Artemis II que voarão ao redor da Lua viajarão somente em setembro de 2025 para o nosso satélite natural, na melhor das hipóteses.
Inicialmente, o cronograma previsto pela agência definia que esta tripulação, a primeira a viajar à Lua desde a última missão Apollo, em 1972, há mais de meio século, iria viajar ainda em 2024, mas isso não mais será possível.
“GARANTIR A SEGURANÇA DA TRIPULAÇÃO É O PRINCIPAL FATOR PARA AS MUDANÇAS NO CRONOGRAMA DA ARTEMIS II”, DISSE A AGÊNCIA, EM UM COMUNICADO.
Ainda segundo a Nasa, por causa dessas mudanças, a Artemis III também teve seu cronograma reajustado para setembro de 2026. Inicialmente prevista para 2025, essa missão vai ter a primeira tripulação a descer na Lua desde 1972.
Para a Artemis III, os astronautas escolhidos ainda não foram anunciados, mas a Artemis II já tem sua equipe definida:
- Jeremy R. Hansen – função: especialista de missão; é um coronel da Força Aérea Real Canadense e o primeiro canadense escolhido para um voo para a Lua;
- Victor Glover – função: piloto; é um aviador da Marinha dos EUA e veterano de quatro caminhadas espaciais;
- Christina Hammock Koch – função: especialista de missão; ela é uma engenheira que já detém o recorde de voo espacial contínuo mais longo por uma mulher e fez parte das três primeiras caminhadas espaciais femininas da Nasa;
- Reid Wiseman – função: comandante, é ex-piloto de caça da Marinha dos EUA.
São três homens e um mulher. Entre eles, um homem negro. A astronauta Christina Hammock Koch será a primeira mulher que irá para uma missão ao redor da Lua organizada pela Nasa. Já Victor Glover será o primeiro homem negro.
Porém, desta vez, esses astronautas ainda NÃO vão pousar no satélite natural.
Todos os três astronautas da Nasa escolhidos para a missão Artemis II são veteranos de expedições anteriores a bordo da Estação Espacial Internacional. Já o canadense Hansen é um novato em voos espaciais.
“ESSA MISSÃO IRÁ LEVAR MAIS QUE ASTRONAUTAS. ELA IRÁ LEVAR A ESPERANÇA DE MILHÕES DE PESSOAS AO REDOR DO MUNDO”, DISSE BILL NELSON, ADMINISTRADOR-GERAL DA NASA, NA ÉPOCA DO ANÚNCIO DOS ASTRONAUTAS.
Os quatro astronautas decolarão no foguete SLS da Nasa – o mais poderoso do mundo – e viajarão a bordo da cápsula Orion, acoplada no topo do foguete. A cápsula se desprenderá uma vez no espaço e os levará para a Lua, mas sem pousar.
“Pela primeira vez em mais de 50 anos, esses indivíduos – a tripulação da Artemis II – serão os primeiros seres humanos a voar para as proximidades da Lua. Na tripulação estão a primeira mulher, a primeira pessoa negra e o primeiro canadense em uma missão lunar, e todos os quatro astronautas representarão o melhor da humanidade enquanto exploram para o benefício de todos”, disse a diretora Vanessa Wyche, do NASA Johnson Space Center.
O feito de pousar novamente na Lua vai ficar reservado à Artemis III, que será a primeira missão tripulada da agência espacial a desembarcar (ou alunissar, como define o termo técnico) em nosso satélite natural desde 1972. A Nasa pretende fazer história com o programa e pousar nessa fase a primeira mulher e a primeira pessoa não-branca na superfície lunar.
Para que tudo isso dê certo, porém, a Nasa avalia agora os mais diversos dados da Artemis I, realizada em 2022, sem tripulação.
Depois de percorrer mais de 2 milhões de quilômetros e dar várias voltas na Lua, a cápsula Orion da missão Artemis I voltou à Terra junto com três manequins que estão sendo testados pela agência americana para coletar alguns dos principais dados desse primeiro passo do programa.
São essas informações que ajudarão a Nasa entender o que os futuros astronautas de carne e osso experimentarão durante uma possível missão tripulável.
Enquanto as missões Artemis visam principalmente explorar o nosso satélite natural, os objetivos de longo prazo da Nasa são ainda mais ambiciosos. No futuro, a agência espera que o programa ajude no desenvolvimento da ciência astronômica que permitirá a exploração humana de Marte.
A Nasa explica que as missões lunares oferecem uma oportunidade perfeita para a testagem de ferramentas, equipamentos e tecnologias que podem ser úteis numa viagem tripulada ao planeta vermelho.
Mas isso é algo que deve ocorrer somente no final da próxima década, na melhor das expectativas.