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Bombardeios de Israel no Líbano matam 274; país vive dia mais sangrento desde a guerra de 2006 - Rádio Jovem FM

Bombardeios de Israel no Líbano matam 274; país vive dia mais sangrento desde a guerra de 2006

O Ministério da Saúde do Líbano disse que 274 pessoas morreram e mais de 1.024 ficaram feridas depois de Israel lançar um ataque aéreo amplo no país. Pouco antes, as Forças de Defesa de Israel haviam alertado a população civil para que se afastasse “imediatamente” de supostas posições e depósitos de armas do grupo extremista Hezbollah.

Entre os mortos estão 21 crianças e 31 mulheres, segundo as autoridades. O governo libanês informou que também há profissionais de saúde entre as vítimas.

Com os ataques, esta segunda-feira (23) se torna o dia mais sangrento no país em mais de 18 anos, desde a guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah.

Cerca de 800 alvos do grupo foram atacados, segundo os militares israelenses. O bombardeio desta segunda é o mais amplo territorialmente já conduzido desde o início da troca de agressões entre as duas partes, há quase um ano.
Os moradores das regiões do Líbano atacadas receberam mensagens de texto e de voz enviadas por Israel alertando sobre a iminência dos ataques.

Esse foi o primeiro alerta do tipo em quase um ano de conflito em constante escalada entre Israel e Hezbollah. O aviso foi enviado após uma intensa troca de tiros no domingo (22), quando o Hezbollah lançou cerca de 150 foguetes, mísseis e drones no norte de Israel. Os ataques foram uma retaliação ao bombardeio israelense que matou cerca de dez comandantes do grupo extremista, sendo um deles do alto escalão.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou um “plano de destruição” executado por Israel.

“A agressão persistente de Israel contra o Líbano é uma guerra de extermínio em todos os aspectos, um plano de destruição que pretende pulverizar os vilarejos e cidades libaneses”, afirmou Mikati em um comunicado, no qual pede à ONU e aos “países influentes” para “dissuadir a agressão”.

O ministro do Interior do Líbano disse que vai converter escolas em abrigos em Beirute, Trípoli e no sul do país para lidar com o “intenso deslocamento” de libaneses no país. As aulas em escolas e universidades foram canceladas.

Já o Ministério da Saúde ordenou que as cirurgias eletivas sejam canceladas em todos os hospitais para que as unidades de saúde tenham espaço para receber os feridos nos bombardeios.

Amplitude inédita

Os caças israelenses atacaram cidades ao longo da fronteira sul do Líbano e no Vale do Bekaa, cerca de 30 km a leste de Beirute. Na capital, há relatos de tráfego intenso de carros saindo da cidade em direção a locais que seriam mais seguros.

Segundo o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, residências no Vale do Bekaa estão sendo usadas para alojar mísseis e drones, e os ataques visam atingi-los antes que eles sejam disparados.

A área fica entre aldeias cristãs e muçulmanas xiitas, e não havia sido atingida antes por ataques israelenses. O bombardeio revela que Israel está atacando uma área mais ampla do território libanês a partir de agora — antes, os bombardeios ocorriam exclusivamente no sul do país e no sul de Beirute, considerados bastiões do Hezbollah.

O Hezbollah afirma ter retaliado o ataque com o disparo de “dezenas” de mísseis em direção a Israel, tendo depósitos de armas da base militar de Nimra esntre os principais alvos. Os militares israelenses confirmam 35 disparos, com alguns deles caindo em terra, sem vítimas.

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