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Dito de outra forma, a Compesa, que dizia estar fazendo grandes investimentos na ampliação dos seus sistemas, não conseguia pagar as contas do mês e para isso fez uma série de pequenos empréstimos.
Ainda segundo a nova administração da empresa, ela também precisou reduzir custos e reavaliar o volume de obras em andamento deixado pelo governo anterior para que as finanças da empresa pudessem chegar ao limite de sobrevivência da Companhia.
Para uma empresa que vinha anunciando investimentos passados no projeto da Adutora do Agreste que exigiram mais de R$ 1 bilhão em 2021 e 2022, num pacote de obras que visa levar fornecimento de água para quase 80 municípios regularmente, como saber que um proprietário está fazendo favor numa casa de grande porte e que chama a atenção dos vizinhos usar o cheque especial para fazer a feira da semana?
A nova direção da Compesa afirma que a partir das ações realizadas e captação do empréstimo, a empresa está conseguindo se reestruturar e cumprir com as suas obrigações.
Ou seja, a Compesa da Adutora do Agreste, da PPP da Região Metropolitana, continua dependendo de mesada do seu acionista controlador.
É importante lembrar que no balanço de 2022, a Compesa reportou lucro e, de fato, informou um grupo de empréstimos no valor de R$ 634 milhões.
Por sua vez, sua parceira BRK também reportou investimento de R$ 1 bilhão, ampliando a área de cobertura de saneamento. Mas, de fato, há uma mudança de apresentação do balanço de 2022, assinado pela nova gestão, com o de 2021, da equipe do governo Paulo Câmara.
Tem mais: em novembro último, a Compesa recebeu da Fitch Ratings, uma das maiores agência de classificação de risco, a nota AA-, o que a coloca entre as companhias de saneamento mais bem avaliadas.
O Rating é uma nota que é atribuída considerando, dentre outros aspectos, o nível de governança, gestão, capacidade de investimento e, principalmente, equilíbrio econômico-financeiro, e confere maior credibilidade aos investidores das emissões de debêntures no mercado.
Até porque os investimentos da Compesa levaram ao entendimento de que a companhia deveria fazer uma outra mega PPP para outras áreas do estado, mantendo a filosofia de estatal com forte investimento do governo de Pernambuco.
E isso se deu mesmo com a falta de repasses por parte do Governo Federal para a boa execução da obra da Adutora do Agreste; o Governo do Estado assumiu os valores necessários para que as intervenções não parassem. Na ocasião, o governador Paulo Câmara determinou que o Estado fará o aporte dos R$ 60 milhões necessários para fechar o ano.